Dando um break nos reviews da série Final Fantasy,
gostaria de falar sobre um excelente jogo que terminei recentemente
chamado Zero
Escape: Virtue's Last Reward, mas achei melhor falar antes do seu
antecessor e que também é um outro excelente título: 999: Nine Hours,
Nine Persons, Nine Doors.
"E tem essa depois de Shin Megami Tensei... Já estou vendo o Edir Macedo querendo fechar o blog..."
Antes de falarmos sobre 999: Nine Hours,
Nine Persons, Nine Doors, ou 999 para encurtar, irei discutir
sobre a empresa que desenvolveu e a outra que publicou o jogo.
Desenvolvido pela Chunsoft, uma empresa
fundada por um ex-gamer designer da Enix (Viu só como tudo faz sentido) ela é famosa no Japão por publicar jogos de exploração e visual novels/adventures,
como por exemplo, 428: Fūsa Sareta Shibuya de, uma visual novel lançada
originalmente para o Nintendo Wii que recebeu a legendária nota 40/40 na
revista Famitsu, o título é mais famoso no ocidente pelo seu spin-off em anime
chamado Canaan que trás um dos cenários do jogo roterizado por Kinokau
Nasu, mas vamos deixar para falar a respeito disso em uma outra oportunidade. Recentemente a Chunsoft sofreu uma fusão com a Spike publisher original
do jogo no Japão, e no ocidente foi publicado pela Aksys Games
conhecida por publicar jogos tipicamente japoneses como Fate/Extra
e séries de fighting games, BlazBlue, Guilty Gear e Arcana
Heart.
"Minha cara de animação escrevendo esse review."
- Aspectos Técnicos
999: Nine Hours, Nine Persons, Nine Door, foi
lançado no ocidente em 2010 e é um título exclusivo para Nintendo DS,
ele combina elementos tradicionais de Visual Novels com puzzles de adventures,
especifcamente o gênero escape from the room (como o nome já indica), o
objetivo básico do jogo é que você deve resolver uma série de quebra-cabeças
para escapar da sala e assim prosseguir na história, o jogo lembra muitos
outros títulos do portátil da Big N como Phoenix Wright, Hotel Dusk e Professor
Layton, este último bem menos, na parte visual não consegue ser tão
esteticamente bonito quanto Professor Layton ou Hotel Dusk, mas as cenas feitas
em estilo de anime e os cenários bem trabalhados são competentes o
suficiente para agradar o jogador, na parte do áudio também não impressiona muito, ele não tem frases memóraveis como "Take that" ou "Objection", durante o
jogo é notável a falta de uma dublagem para todo o roteiro ou ao menos para
as cenas marcantes, mas isso é apenas uma limitação técnica do cartucho
do DS, que seria impossível o cartucho do portátil comportar faixas de áudio devido a quantidade extensiva de diálogos do roteiro, ou seja, no melhor dos
casos o jogo pode ser visto como competente quanto a parte técnica para o que a sua proposta, mas o que então o faz dele um jogo tão notável assim? Sua
trama.
"Você duvidou que eram nove pessoas os personagens do jogo?"
- Personagens e Trama
O que fez com que 999 fosse um jogo notado pelos
ocidentais em geral e não só chamasse a atenção do nicho de fãs da cultura
japonesa, foi a sua classificação indicativa como Mature ESBR (Orgão pela classificação indicativa nos Estados Unidos), ou seja para
maiores de 17 anos, algo incomum para um título de Nintendo DS e ainda mais
para um jogo com gráficos em estilo anime, isso acabou chamando muito a atenção da
imprensa especializada e do publico ocidental.
E de fato tal classificação faz jus ao jogo, 999
é mais violento e brutal do que qualquer jogo de ação em primeira pessoa que
existe atualmente e mesmo não sendo visualmente explícito por ser uma
visual novel, onde muito do que é visto pelo personagem é descrito em texto, e são nessas descrições que não
são poupados detalhes, então se você tem problema com vísceras retorcidas, esse
não é o tipo de jogo para você. Como citei anteriormente 999 segue muito bem o
modelo de uma típica visual novel oriental, onde nós temos uma trama que possuí
vários caminhos diferentes que são decididos pelas escolhas que o protagonista toma
durante o jogo, no caso de 999 isso é representado pelas portas que você
decide seguir durante o jogo, dependendo de qual porta você abrir o jogo
prossegue para um caminho totalmente diferente e para compreender a trama
por completo é necessário realizar todos os caminhos possíveis e
não são poucos, o jogo tem nove finais diferentes e não tenha dúvidas
você irá querer obter todos eles.
Como um jogo story-driven, 999 possuí uma trama extremamente complexa cheia de reviravoltas, revelações e
surpresas que irão fazer que com a cabeça do jogador exploda durante
diversos eventos do jogo, além disso, o game consegue criar um clima de tensão que
deixa o jogador imerso e cada vez mais preso na história e compelido a
avançar para descobrir a resolução de todos os mistérios, um feito notável para um jogo
de portátil.
Afinal o que tem de tão interessante na trama desse jogo? Vamos então a um curto resumo da história para entender
melhor: Você é Iori Junpei um estudante universitário que é sequestrado
por um maluco que usa uma máscara de gás chamado Zero, ele joga você
dentro de um navio junto com oito outras pessoas dos tipos mais bizarro que existem
e você então é forçado a participar de um jogo, do Nonary Game, os nove
sequestrados possuem apenas nove horas para escapar antes que o navio
afunde para isso eles devem encontrar a porta de número nove, agora deu
para entender o título do jogo? Você então tem que atravessar as diversas
portas numeradas com subgrupos diferentes de personagens para conseguir
escapar, entretanto, como você pode confiar nas outras pessoas já que o próprio Zero
está entre vocês? Apesar da minha vontade de me aprofundar na história, não irei me aprofundar mais para não estragar a surpresa de ninguém.
"Capa após o relançamento do jogo."
- Considerações Finais
Deixei para comentar no final a respeito do outro
importante motivo que irá prender o jogador a esse incrível game, os seus quebra-cabeças! Não comparei-o com Professor Layton atoa, os quebra-cabeçass são a segunda
parte do gameplay e são muito bem executados e desafiadores na medida
certa, você nunca irá se frustrar por perder empacar em algum deles ou achará
que são bobos demais, mesmo assim sempre ficará satisfeito a resolver cada um
deles, recomendo que você jogador tenha uma caneta e uma folha de papel ao seu lado
para resolver os quebra-cabeças do jogo, assim você entra no bom e velho estilo oldschool
dos games de adventure, por isso 999 é o mais próximo que nos temos dos antigos
adventures americanos hoje em dia e com uma produção nipônica.
Apesar de um jogo de nicho, 999 foi muito bem
recebido pelas poucas publicações que deram atenção, o seu feito
mais notável é que foi eleito o jogo com a Melhor História do ano de
2010, lembrando que no mesmo ano tivemos Heavy Rain, Mass Effect 2,
Red Dead Redemption, Assassin's Creed: Brotherhood e Persona 3
Portable, o que prova que o jogo não é apenas um título obscuro qualquer.
O jogo recebeu uma sequência direta em 2012
chamada Zero
Escape: Virtue's Last Reward, que também foi muito bem aceita e inclusive
fez com que o 999 fosse re-lançado nos Estados Unidos como Zero Escape: Nine
Hours, Nine Persons, Nine Doors para os consumidores compreenderem melhor
de que ele se tratava de uma prequência, esse problema não ocorre no Japão já
que ambos os jogos tem o título de Kyokugen Dasshutsu (Última
Escapatória), mas vamos deixar isso para comentar disso numa próximo postagem.
Em suma, 999: Nine Hours,
Nine Persons, Nine Doors é um dos melhores dentre os mais de 6000 títulos lançados
para o portátil da Nintendo e apesar aparentar apenas a agradar um nicho
de fãs de visual novels, também irá satisfazer fãs de adventures tradicionais, fãs
de outras séries parecidas e de qualquer gamer que aparecia boas histórias.
- Nota: 999
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