Continuando com a pausa na série de reviews de
Final Fantasy (não se desespera ela irá voltar) vamos falar sobre a sequência
de Nine Hours,
Nine Persons, Nine Doors, e o real motivo de eu ter realizado a primeira
postagem: Zero
Escape: Virtue's Last Reward.
"Eu
gostava tanto da capa do primeiro jogo..."
No ano de 2012 foi lançado Zero Escape:
Virtue's Last Reward, para Nintendo 3DS e
Playstation Vita, sendo esse o último jogo oficial desenvolvido pela
Chunsoft antes da fusão com a Spike, o jogo foi lançado no Japão com o título
de Kyokugen Dasshutsu Adobenchā: Zennin Shibō Desu (Última Escapatória
Aventura: Boas Pessoas Morrem [Ótimo acerto na localização)], o jogo obteve
mais sucesso do que o anterior já que 999 conquistou uma boa quantidade de fãs
e o game se aproveitou o começo do início da geração dos portáteis, onde bons
títulos são escassos e jogos mais obscuros e de qualidades acabam ganhando grande
destaque, o jogo também foi publicado pelas mesmas empresas em ambas as
regiões, então vamos direto aos aspectos técnicos.
"Sarcasmo de coelhos, adoro esse jogo."
- Aspectos Técnicos
Vamos falar um pouco sobre a diferença entre as
plataformas que o jogo foi lançado, mesmo sendo duas plataformas portáteis
ambas tem diferenças significativas entre si, os gráficos e o som são
claramente superiores no Vita, apesar de que o suporte a exibição tridimensional
do 3DS coopera mais na imersão, a informações da tela inferior do portátil da
Big N são exibidas também portátil da Sony onde as informações exibidas são
alternadas através de um botão de menu, os puzzles não são muito diferentes já
que o título usa bem menos puzzles que requerem uso da touch screen do que seu
antecessor e ambos são competentes quanto a isso, mas vamos discutir qual é a
melhor versão no fim da postagem.
Os gráficos de Zero Escape:
Virtue's Last Reward são superiores ao seu antecessor também, todos os
modelos dos personagens são feitos em 3D e possuem uma ótima variação, mas os
cenários ainda são em bidimensionais, seguindo o estilo das visual novels mais
recentes, algumas salas de puzzles possuem elementos em 3D que além de contribuírem
com a jogabilidade deixam o jogo muito mais bonito, em suma o game faz jus a
ser um título para a nova geração de portátil, outro grande salto em relação a
999 é que boa parte do jogo é completamente dublado! Todas as falas na
jogabilidade visual novel são dubladas, só durante a resolução dos
quebra-cabeças é que não existe dublagem, mas esse é o momento onde há menos
diálogos e o jogador acaba não sentido falta, também existe a opção de dual
audio que alterna entre a dublagem americana e japonesa, pelo pouco que eu
joguei da dublagem americana ela é competente, o que já é digno de nota, mas
como fã da cultura japonesa aproveitei o game na dublagem oriental, onde o
casting é fantástico, todos os seiyūs encaixam-se com o
estereótipo dos personagens e adicionam carisma adicional a eles, aumentado a
nossa afeição a eles, para os mais aficionados é digno de nota que temos
dubladores famosos como: Kugimiya Rie (Que interpreta todas as lolis
mais famosas do mundo dos animes) e Daisuke Ono (Que interpreta
ele mesmo em Lucky Star), também podemos ver o excelente trabalho de
localização americano onde a legenda é bem fidedigna ao texto original e as
partes onde são necessária adaptações também são bem realizadas, por exemplo,
existe um personagem que termina todas as suas sentenças com -usagi (coelho)
ai na localização eles arranjam uma forma de colocar palavras como rabbit,
hoop, carrot em suas sentenças.
Entretanto, nem tudo é perfeito nesse mundo, os
controles às vezes não são muito precisos na resolução de quebra-cabeças que
requerem uso da tela de toque do portátil e pouco intuitivo até mesmo no final
do jogo sempre ia acabando parar em um menu errado, mas isso é só um aspecto
menor, existem dois momentos no jogo em que se você tentar salvar o game
durante a resolução de quebra-cabeças em que o jogo simplesmente CONGELA e você
é obrigado a resetar e retornar do último ponto salvo (horas atrás
provavelmente) e eu mesmo acabei caindo dessas duas armadilhas cerca de quatro
vezes, então cuidado e salve o jogo apenas no segmento de visual novel.
"Realmente seria um tremendo mal gosto usar um relógio desses por querer."
- Jogabilidade
Em termos estruturais de jogabilidade o game é idêntico
ao seu anterior só que mais refinada, por exemplo, na parte visual novel para
você acessar os diferentes finais no primeiro jogo você era obrigado a joga-lo completamente
nove vezes, claro que suas decisões principais mudavam o rumo do jogo por
completo, mas havia sequências que deviam ser repetidas até chegar a essas
encruzilhadas e era cansativo repassar por elas todas às vezes, em VLR também
temos múltiplos caminhos a serem tomados, mas o jogo se dividiu em um estilo de
"árvore", onde cada decisão importante tomada cria um galho diferente
dessa árvore e através do menu do jogo você pode navegar livremente entre
qualquer um dos pontos principais que são como nodos, para quem jogou Radiant
Historia para Nintendo DS fica mais fácil de compreender, o importante é
que você pode navegar por toda a história sem precisar resolver algum puzzle
pela segunda vez e os poucos textos que tem diálogos repetidos podem ser
avançados, também é válido nota que a forma em que suas escolhas afetam a trama
são aprofundadas em mais um passo com a nova mecânica do AB Game que
será discutida na parte da trama.
Na parte da resolução dos quebra-cabeças também
há um refino, tradicionalmente se você travasse em um quebra-cabeça poderia
conversar com seus companheiros para obter algumas pequenas dicas do que você
diria fazer, mas nada muito claro ou que ajudaria a resolvê-lo não passava mais
de um indicação e se não conseguisse resolver mesmo assim iria ficar ali preso
eternamente, essa parte de obter indicações ainda existem em VLR mas
agora existem algumas formas de você não ficar preso no jogo, além de você
poder saltar para outro galho da história e talvez até obter uma dica de como
resolver um certo quebra-cabeça de outra sala, você ainda pode alterar a
dificuldade do jogo, sim existe a possibilidade de você no meio da resolução de
um quebra-cabeça alterar a dificuldade para o Easy Mode ai onde sim os
seus aliados irão lhe ensinar o método para resolução do quebra-cabeça, isso
não anula completamente a dificuldade do jogo já que você tem de resolve o
enigma por conta própria.
Mas isso não tiraria o desafio do jogo? Não
necessariamente, já que essa é apenas uma opção que o jogador deve escolher e
nunca o jogo sugere a você mudar a dificuldade, muito pelo contrário, ele
recompensa e incentiva você a terminar todas as salas na dificuldade normal Hard
Mode de que forma? Todas as salas de puzzles funcionam essencialmente da
mesma maneira, você precisa de uma chave para escapar e essa chave está dentro
de um cofre e para abrir o cofre é necessário um código de nove símbolos, que
podem ser estrela, lua, sol ou vazio, entretanto você pode encontrar duas
combinações distintas desses símbolos ao resolver os quebra-cabeças, a
combinação verde e a azul, a verde lhe dá acesso ao compartimento
do cofre que lhe dá acesso a chave para escapar da sala e itens ligados a
história, já azul lhe dá acesso aos secret files que como o nome diz,
são arquivos que revelam alguns segredos da história e lhe ajudam a compreender
melhor o Nonary Game, entretanto, se você jogar no Easy Mode irá
obter apenas os Silver Files, ou seja, apenas metade dos arquivos
secretos, se você quiser obter os Gold Files e desvendar todos os
mistérios da trama deverá terminar o quebra-cabeça no Hard Mode.
"Já não disse como esse jogo tem uma história série e que faz total sentido?"
- Personagens e Trama
Você é estudante universitário que é sequestrado
por um maluco que usa uma máscara de gás chamado Zero, ele joga você
dentro de um local estranho com oito outras pessoas dos tipos mais bizarros que
existem e você é forçado a participar de um jogo, do Nonary Game, essa
premissa lhe parece familiar? Pois é, só que dessa vez você é Sigma e
está jogando o Nonary Game Ambidex Edition dentro de um depósito e com
uma proposta inicial bem similar ao primeiro jogo que começamos Zero Escape:
Virtue's Last Reward, entretanto, temos um jogo mais profundo e denso do
que o anterior, já que ao contrário de apenas nove finais diferentes nos
temos vinte e cinco possibilidades de finais de jogo distintas e
você deve navegar através de todas elas para desvendar o mistério por
completo e não se engane você irá querer fazer isso e irá gostar muito.
E não engane por mais estranho que pareça todos
os elementos da jogabilidade são plenamente explicados e justificados pela
trama do jogo e de uma forma muito plausível, isso é um mérito que poucos jogos
até mais simples não podem se orgulhar.
Inicialmente o jogo não demonstra nenhuma ligação
direta com o primeiro, apesar de algumas similaridades os eventos parecem
desconexos e não demonstra ser mais do que uma sequência espiritual do primeiro
jogo, você também não precisa encontrar mais a porta de número nove, ela está
bem a sua frente logo no começo do jogo, você apenas precisa de BPs necessários
e para consegui-los é necessário jogar o Ambidex Game, um jogo onde você obtém
BPs se aliando ou traindo seus amigos. Toda essa mecânica do jogo é
explicada por um personagem extra além dos nove protagonistas, Zero
III um coelho de CGI que se mostra o gamemaster desse novo Nonary
Game, mas existem algumas linhas que ligam ao primeiro jogo as duas principais
são que Clover e Alice estão participando do novo jogo e Zero ainda
está entre os nove jogadores.
Gostaria de me aprofundar mais na história, mas
qualquer outro comentário além dos que já foram feitos podem comprometer a
experência do jogador, mas apenas posso dizer que a cada pequena resposta do
mistério maior da história do jogo que vai sendo resolvido empolga o jogador e
as reviravoltas e revelações no curso da históra estão entre as mais
surpreendentes da história dos games.
"Acho que escolhi alguma opção errada..."
- Considerações Finais
O que mais devo dizer sob um jogo que conseguiu
figurar entre premiações de melhor jogo do ano em 2012 com jogos como The
Walking Dead, Spec Ops: The Line, Journey e Persona 4 Golden
é um grande mérito de um jogo que não teve um décimo da popularidade dos outros
citados, mais por desconhecimento do publico do que algum demérito, o jogo não
só figura como um dos melhores do ano passado como um dos melhores da
história dos games, definitivamente um must play que vale a compra
de qualquer um dos portáteis, indicado o Playstation Vita que não possuí os
bugs da versão de 3DS e visualmente mais agradável.
Zero Escape:
Virtue's Last Reward obtém um primor considerado improvável de
uma obra audiovisual interativa comum, o seu roteiro e a construção de
personagem possuem escopo e desenvolvimento além do padrão que qualquer
outro tipo de mídia similar seja livro, filme ou teatro, sendo que só foi capaz
de tal atingimento devido ao fato da mídia que estava inserido que não só
mostra o potencial do jogo, mas sim de toda a indústria de jogos digitais que
pode trazer uma experiência muito mais singular do que a puro pular, atirar
e matar, sua genialidade também se estende ao seu final, se você acha que jogou
o sudoku mais intenso da sua vida, o último quebra-cabeça do jogo usa o
pináculo que todos os jogos deveriam seguir aplique todas as habilidades
apreendidas anteriormente para conseguir superar o último desafio, tal
excelência só pode ser visto em obras como Portal e Braid.
E assim encerro minha análise sobre excelente
jogo, mas não encerro a série: Review Sem Escapatória a agora Spike
Chunsoft já anunciou que temos uma sequência em produção e tenho certeza
que aqueles que terminaram o jogo como eu estão esperando muito por ela.
- Nota: 0
- Links
Interessantes: ONA baseada no jogo no canal oficial do YouTube da AksysGame
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