domingo, 17 de março de 2013

Review Sem Escapatória - Zero Escape: Virtue's Last Reward

 

Continuando com a pausa na série de reviews de Final Fantasy (não se desespera ela irá voltar) vamos falar sobre a sequência de Nine Hours, Nine Persons, Nine Doors, e o real motivo de eu ter realizado a primeira postagem: Zero Escape: Virtue's Last Reward.

 "Eu gostava tanto da capa do primeiro jogo..."

No ano de 2012 foi lançado Zero Escape: Virtue's Last Reward, para Nintendo 3DS e Playstation Vita, sendo esse o último jogo oficial desenvolvido pela Chunsoft antes da fusão com a Spike, o jogo foi lançado no Japão com o título de Kyokugen Dasshutsu Adobenchā: Zennin Shibō Desu (Última Escapatória Aventura: Boas Pessoas Morrem [Ótimo acerto na localização)], o jogo obteve mais sucesso do que o anterior já que 999 conquistou uma boa quantidade de fãs e o game se aproveitou o começo do início da geração dos portáteis, onde bons títulos são escassos e jogos mais obscuros e de qualidades acabam ganhando grande destaque, o jogo também foi publicado pelas mesmas empresas em ambas as regiões, então vamos direto aos aspectos técnicos.

  "Sarcasmo de coelhos, adoro esse jogo."
      
- Aspectos Técnicos

Vamos falar um pouco sobre a diferença entre as plataformas que o jogo foi lançado, mesmo sendo duas plataformas portáteis ambas tem diferenças significativas entre si, os gráficos e o som são claramente superiores no Vita, apesar de que o suporte a exibição tridimensional do 3DS coopera mais na imersão, a informações da tela inferior do portátil da Big N são exibidas também portátil da Sony onde as informações exibidas são alternadas através de um botão de menu, os puzzles não são muito diferentes já que o título usa bem menos puzzles que requerem uso da touch screen do que seu antecessor e ambos são competentes quanto a isso, mas vamos discutir qual é a melhor versão no fim da postagem.

Os gráficos de Zero Escape: Virtue's Last Reward são superiores ao seu antecessor também, todos os modelos dos personagens são feitos em 3D e possuem uma ótima variação, mas os cenários ainda são em bidimensionais, seguindo o estilo das visual novels mais recentes, algumas salas de puzzles possuem elementos em 3D que além de contribuírem com a jogabilidade deixam o jogo muito mais bonito, em suma o game faz jus a ser um título para a nova geração de portátil, outro grande salto em relação a 999 é que boa parte do jogo é completamente dublado! Todas as falas na jogabilidade visual novel são dubladas, só durante a resolução dos quebra-cabeças é que não existe dublagem, mas esse é o momento onde há menos diálogos e o jogador acaba não sentido falta, também existe a opção de dual audio que alterna entre a dublagem americana e japonesa, pelo pouco que eu joguei da dublagem americana ela é competente, o que já é digno de nota, mas como fã da cultura japonesa aproveitei o game na dublagem oriental, onde o casting é fantástico, todos os seiyūs  encaixam-se com o estereótipo dos personagens e adicionam carisma adicional a eles, aumentado a nossa afeição a eles, para os mais aficionados é digno de nota que temos dubladores famosos como: Kugimiya Rie (Que interpreta todas as lolis mais famosas do mundo dos animes) e Daisuke Ono (Que interpreta ele mesmo em Lucky Star), também podemos ver o excelente trabalho de localização americano onde a legenda é bem fidedigna ao texto original e as partes onde são necessária adaptações também são bem realizadas, por exemplo, existe um personagem que termina todas as suas sentenças com -usagi (coelho) ai na localização eles arranjam uma forma de colocar palavras como rabbit, hoop, carrot em suas sentenças.

Entretanto, nem tudo é perfeito nesse mundo, os controles às vezes não são muito precisos na resolução de quebra-cabeças que requerem uso da tela de toque do portátil e pouco intuitivo até mesmo no final do jogo sempre ia acabando parar em um menu errado, mas isso é só um aspecto menor, existem dois momentos no jogo em que se você tentar salvar o game durante a resolução de quebra-cabeças em que o jogo simplesmente CONGELA e você é obrigado a resetar e retornar do último ponto salvo (horas atrás provavelmente) e eu mesmo acabei caindo dessas duas armadilhas cerca de quatro vezes, então cuidado e salve o jogo apenas no segmento de visual novel.

  "Realmente seria um tremendo mal gosto usar um relógio desses por querer."

      - Jogabilidade

Em termos estruturais de jogabilidade o game é idêntico ao seu anterior só que mais refinada, por exemplo, na parte visual novel para você acessar os diferentes finais no primeiro jogo você era obrigado a joga-lo completamente nove vezes, claro que suas decisões principais mudavam o rumo do jogo por completo, mas havia sequências que deviam ser repetidas até chegar a essas encruzilhadas e era cansativo repassar por elas todas às vezes, em VLR também temos múltiplos caminhos a serem tomados, mas o jogo se dividiu em um estilo de "árvore", onde cada decisão importante tomada cria um galho diferente dessa árvore e através do menu do jogo você pode navegar livremente entre qualquer um dos pontos principais que são como nodos, para quem jogou Radiant Historia para Nintendo DS fica mais fácil de compreender, o importante é que você pode navegar por toda a história sem precisar resolver algum puzzle pela segunda vez e os poucos textos que tem diálogos repetidos podem ser avançados, também é válido nota que a forma em que suas escolhas afetam a trama são aprofundadas em mais um passo com a nova mecânica do AB Game que será discutida na parte da trama.

Na parte da resolução dos quebra-cabeças também há um refino, tradicionalmente se você travasse em um quebra-cabeça poderia conversar com seus companheiros para obter algumas pequenas dicas do que você diria fazer, mas nada muito claro ou que ajudaria a resolvê-lo não passava mais de um indicação e se não conseguisse resolver mesmo assim iria ficar ali preso eternamente, essa parte de obter indicações ainda existem em VLR mas agora existem algumas formas de você não ficar preso no jogo, além de você poder saltar para outro galho da história e talvez até obter uma dica de como resolver um certo quebra-cabeça de outra sala, você ainda pode alterar a dificuldade do jogo, sim existe a possibilidade de você no meio da resolução de um quebra-cabeça alterar a dificuldade para o Easy Mode ai onde sim os seus aliados irão lhe ensinar o método para resolução do quebra-cabeça, isso não anula completamente a dificuldade do jogo já que você tem de resolve o enigma por conta própria.

Mas isso não tiraria o desafio do jogo? Não necessariamente, já que essa é apenas uma opção que o jogador deve escolher e nunca o jogo sugere a você mudar a dificuldade, muito pelo contrário, ele recompensa e incentiva você a terminar todas as salas na dificuldade normal Hard Mode de que forma? Todas as salas de puzzles funcionam essencialmente da mesma maneira, você precisa de uma chave para escapar e essa chave está dentro de um cofre e para abrir o cofre é necessário um código de nove símbolos, que podem ser estrela, lua, sol ou vazio, entretanto você pode encontrar duas combinações distintas desses símbolos ao resolver os quebra-cabeças, a combinação verde e a azul, a verde lhe dá acesso ao compartimento do cofre que lhe dá acesso a chave para escapar da sala e itens ligados a história, já azul lhe dá acesso aos secret files que como o nome diz, são arquivos que revelam alguns segredos da história e lhe ajudam a compreender melhor o Nonary Game, entretanto, se você jogar no Easy Mode irá obter apenas os Silver Files, ou seja, apenas metade dos arquivos secretos, se você quiser obter os Gold Files e desvendar todos os mistérios da trama deverá terminar o quebra-cabeça no Hard Mode.

 "Já não disse como esse jogo tem uma história série e que faz total sentido?"

      - Personagens e Trama

Você é estudante universitário que é sequestrado por um maluco que usa uma máscara de gás chamado Zero, ele joga você dentro de um local estranho com oito outras pessoas dos tipos mais bizarros que existem e você é forçado a participar de um jogo, do Nonary Game, essa premissa lhe parece familiar? Pois é, só que dessa vez você é Sigma e está jogando o Nonary Game Ambidex Edition dentro de um depósito e com uma proposta inicial bem similar ao primeiro jogo que começamos Zero Escape: Virtue's Last Reward, entretanto, temos um jogo mais profundo e denso do que o anterior, já que ao contrário de apenas nove finais diferentes nos temos vinte e cinco  possibilidades de finais de jogo distintas e você deve navegar através de todas elas para desvendar o mistério por completo e não se engane você irá querer fazer isso e irá gostar muito.

E não engane por mais estranho que pareça todos os elementos da jogabilidade são plenamente explicados e justificados pela trama do jogo e de uma forma muito plausível, isso é um mérito que poucos jogos até mais simples não podem se orgulhar.

Inicialmente o jogo não demonstra nenhuma ligação direta com o primeiro, apesar de algumas similaridades os eventos parecem desconexos e não demonstra ser mais do que uma sequência espiritual do primeiro jogo, você também não precisa encontrar mais a porta de número nove, ela está bem a sua frente logo no começo do jogo, você apenas precisa de BPs necessários e para consegui-los é necessário jogar o Ambidex Game, um jogo onde você obtém BPs se aliando ou traindo seus amigos. Toda essa mecânica do jogo é explicada por um personagem extra além dos nove protagonistas, Zero III um coelho de CGI que se mostra o gamemaster desse novo Nonary Game, mas existem algumas linhas que ligam ao primeiro jogo as duas principais são que Clover e Alice estão participando do novo jogo e Zero ainda está entre os nove jogadores.

Gostaria de me aprofundar mais na história, mas qualquer outro comentário além dos que já foram feitos podem comprometer a experência do jogador, mas apenas posso dizer que a cada pequena resposta do mistério maior da história do jogo que vai sendo resolvido empolga o jogador e as reviravoltas e revelações no curso da históra estão entre as mais surpreendentes da história dos games.

   "Acho que escolhi alguma opção errada..."

      - Considerações Finais

O que mais devo dizer sob um jogo que conseguiu figurar entre premiações de melhor jogo do ano em 2012 com jogos como The Walking Dead, Spec Ops: The Line, Journey e Persona 4 Golden é um grande mérito de um jogo que não teve um décimo da popularidade dos outros citados, mais por desconhecimento do publico do que algum demérito, o jogo não só figura como um dos melhores do ano passado como um dos melhores da história dos games, definitivamente um must play que vale a compra de qualquer um dos portáteis, indicado o Playstation Vita que não possuí os bugs da versão de 3DS e visualmente mais agradável.

Zero Escape: Virtue's Last Reward obtém um primor considerado improvável de uma obra audiovisual interativa comum, o seu roteiro e a construção de personagem possuem escopo e  desenvolvimento além do padrão que qualquer outro tipo de mídia similar seja livro, filme ou teatro, sendo que só foi capaz de tal atingimento devido ao fato da mídia que estava inserido que não só mostra o potencial do jogo, mas sim de toda a indústria de jogos digitais que pode trazer uma experiência muito mais singular do que a puro pular, atirar e matar, sua genialidade também se estende ao seu final, se você acha que jogou o sudoku mais intenso da sua vida, o último quebra-cabeça do jogo usa o pináculo que todos os jogos deveriam seguir aplique todas as habilidades  apreendidas anteriormente para conseguir superar o último desafio, tal excelência só pode ser visto em obras como Portal e Braid.

E assim encerro minha análise sobre excelente jogo, mas não encerro a série: Review Sem Escapatória a agora Spike Chunsoft já anunciou que temos uma sequência em produção e tenho certeza que aqueles que terminaram o jogo como eu estão esperando muito por ela.

- Nota:



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